gosto da ideia; mas penso que muitos autores não teriam a maturidade para gerenciar suas próprias escolhas (ou carreiras, por assim dizer). Nessa lacuna também surgiram outros intermediários. Estou cansado de receber uma positiva de uma editora (Ola, seu livro foi aprovado para publicação...) e receber um contrato de co-participação. Eles (seviços gráficos) preenchem lacunas de quem (autores) não possuem outros intermediários (copidesque, capista, diagramador...) Eu, particularmente, recuso as ofertas pois faço eu mesmo, meus livros digitais e impresso. Ok, bom para mim? Nem tanto. Me falta o meio, a vitrine de uma editora. E talvez os esforços de mkt. campanhas, acordos, vitrine mesmo em seus portais de e-commerce.
Já tentei fazer eu mesmo essa parte (mais uma!) mas foi risível. A cada $50 gastos em campanha digital, eu precisava vender 3, 4 livros... depois dos primeiros $50, tive 200 visitas e 0 vendas.
Acendeu o sinal amarelo e parei com as campanhas. Não se pagavam. Enfim, talvez fosse um problema com a propria campanha, ou o meu livro não despertou o interesse, não atingi meu público... sei lá! Criou-se uma lacuna. Não tenho maturidade para viabilizar uma nova campanha! E atualmente não estou disposto ($$) a contratar alguem para corrigir isso.
Agora, voltando ao inicio: é necessário maturidade para assumir esses papéis (autor e editor, grafica, mkt... rp, o que for) e agora um blockchainER, com o perdão do neologismo. Finalizando, vou pesquisar, dar uma olhada em como cifrar dados em blockchain... clarear a mente. abs.
Veja, eu concordo com você sobre o fato de que muitos autores não conseguiriam ou não quereriam cuidar da sua própria carreira. E eu acho que, sim, os intermediários cumprem um papel fundamental nesse sentido.
O problema não é ter intermediários, mas sim, ter intermediários num sistema que não funciona mais (ou que nunca funcionou muito bem) uma vez que nem todos são justamente remunerados por seu trabalho. Nesse caso, os intermediários só potencializam o que já está ruim.
Num sistema onde o desenho e a remuneração funcionasse melhor, os intermediários não seriam problema, pois eles próprios estariam mediados dentro de um sistema mais eficaz.
Claro, quanto mais gente pra dividir o bolo, menos todo mundo recebe. Mas é o preço de você optar que alguém faça algo por você.
Mas, sem dúvida, seria benéfico repensar a indústria do livro de modo a ser menos fragmentado o processo.
Agora, o importante aqui não é exatamente o blockchain. Ele é, claro, mas ele vai ser "só" a tecnologia que torna um contrato inteligente possível e seguro. Esses, sim, os contratos inteligentes, são o ponto vital, porque é a eles que atribuo parte da solução. Uma vez que um contrato inteligente é firmado, com as devidas porcentagens de remuneração de cada um definidas, não se depende mais de terceiros pra receber. Não se precisa cobrar o relatório da editora, não se precisa ficar em dúvida sobre quantos exemplares foram vendidos. A cada venda, que é o gatilho, toda uma cadeia de processos é disparada e, protegido via blockchain, isso é imutável, à prova de fraudes.
- tokenizar direitos para terceiros: para editoras e influencers (ou vitrines e livrarias poderiam adquirir tokens tb) ou seja, fracionar direitos de divulgação, publicação...
- isso pode tornar investimentos em propriedade intelectual mais acessíveis
- a web3 pode descentralizar e criar uma conexão direta com o leitor, mas precisa de plataforma especifica e no final do dia cai no lodo da internet, ou seja, a antiga e velha campanha digital.
- controle sobre toda a cadeia produtiva
- pagamento automático de royalties, licenciamento transparente, ok. distribuição descentralizada, ok. controle financeiro e registros... tb ok.
- uma editora poderia vender seus tokens de publicação para outra editora, o mesmo com as vitrines. Isso é bem desruptivo pra mim. mas eu gosto!!
Ok. Eu estou divagando também, tá?! Vamos pensar no que pode dar errado, ou certo... meio que um advogado do diabo para refletir, pensar sobre. Alguns pontos:
- Nenhuma editora trabalha nesse formato, ou elas se adaptam ou surgem novas.
- Adaptar é firmar alguns contratos e ver no que dá
- editoras (e outros intermediarios) possuem custos fixos e não percentuais que podem ser incorporados nos smart contracts na sua totalidade. como equilibrar? elas assumem a despesa fixa e lucra nos percentuais... ganham a cada transação, inclusive revenda de livros usados.
- com o smart contracts como seria a divulgação, a vitrine? se hojve é custo fixo (o influlencer cobra X para resenhar e tchau), num smart contract, voce poderia fixar um pequeno percentual para ele resenhar? tipo 0,001% pela resenha.
- editora e influencers (vitrine, livraria...) recebem percentuais vitalícios, pois estão dentro da cadeia, a cada nova transação.
- No long tail, ou long run, ou a porcentagem decresce a cada nova transação ou o valor de cada livro, usado revendido, fica mais caro.
- o leitor que revender entra nessa cadeia, como um novo elo de transação. E todos os elos anteriores também (editora, autor, livraria...).
- como convencer a livraria a receber no long tail, um percentual e não um valor fixo a curto prazo?
- criar as cifras tem custo. rodar os algoritmos de hash tb. guardar em data center tb.
- como graficas poderia aderir nos smart contracts? sendo que eles tb possuem os custos fixos de papel, manutenção de maquinas.... etc... ir para a impressão sob-demanda? ainda assim...
Enfim, só estou pensando alto aqui.
- os NFTs tb utilizavam blockchain, mas a cada transação ficavam mais caro. Pela unicidade, mesmo em arquivos digitais. A intenção seria outra, baratear e não criar produtos cada vez mais caros.
- se uma vitrine como a amazon (e tantas outras) não operam nesse modelo, como fazer? comercializar? Elas ditam as porcentagens de royalties do KDP e entra se quiser. Elas não iriam mudar, a não ser que existisse um tsunami no sentido contrário.
- ou seja, precisa de uma vitrine própria; uma library só de comercio de livros com blockchain. E não seria então um versão blockchain do que já existe. ou seja, brigar por porcentagens (royalties) mais interessantes para a plataforma?
*
Agora, pensando no que vc falou. Eliminar custos administrativos. numa tentativa de ganha-ganha. diminui custo, diminui risco, aumenta oferta de autores nacionais interessados no modelo de smart contracts.
E como diminuir o problema da editorias (como vc mencionou na frustração gerada pelo modelo editorial e não literário?) que preferem publicar o livro de um roteirista de hollywood porque é mais fácil vender? ou participar de feiras internacionais, trazendo um italiano que vendeu 1M na gringa, que passou por um mercado teste, antes de chegar aqui? Preferindo pagar em euro que investir num autor nacional.
gosto da ideia; mas penso que muitos autores não teriam a maturidade para gerenciar suas próprias escolhas (ou carreiras, por assim dizer). Nessa lacuna também surgiram outros intermediários. Estou cansado de receber uma positiva de uma editora (Ola, seu livro foi aprovado para publicação...) e receber um contrato de co-participação. Eles (seviços gráficos) preenchem lacunas de quem (autores) não possuem outros intermediários (copidesque, capista, diagramador...) Eu, particularmente, recuso as ofertas pois faço eu mesmo, meus livros digitais e impresso. Ok, bom para mim? Nem tanto. Me falta o meio, a vitrine de uma editora. E talvez os esforços de mkt. campanhas, acordos, vitrine mesmo em seus portais de e-commerce.
Já tentei fazer eu mesmo essa parte (mais uma!) mas foi risível. A cada $50 gastos em campanha digital, eu precisava vender 3, 4 livros... depois dos primeiros $50, tive 200 visitas e 0 vendas.
Acendeu o sinal amarelo e parei com as campanhas. Não se pagavam. Enfim, talvez fosse um problema com a propria campanha, ou o meu livro não despertou o interesse, não atingi meu público... sei lá! Criou-se uma lacuna. Não tenho maturidade para viabilizar uma nova campanha! E atualmente não estou disposto ($$) a contratar alguem para corrigir isso.
Agora, voltando ao inicio: é necessário maturidade para assumir esses papéis (autor e editor, grafica, mkt... rp, o que for) e agora um blockchainER, com o perdão do neologismo. Finalizando, vou pesquisar, dar uma olhada em como cifrar dados em blockchain... clarear a mente. abs.
Oi, Luciano.
Obrigado por comentar e dar corpo a esse diálogo.
Veja, eu concordo com você sobre o fato de que muitos autores não conseguiriam ou não quereriam cuidar da sua própria carreira. E eu acho que, sim, os intermediários cumprem um papel fundamental nesse sentido.
O problema não é ter intermediários, mas sim, ter intermediários num sistema que não funciona mais (ou que nunca funcionou muito bem) uma vez que nem todos são justamente remunerados por seu trabalho. Nesse caso, os intermediários só potencializam o que já está ruim.
Num sistema onde o desenho e a remuneração funcionasse melhor, os intermediários não seriam problema, pois eles próprios estariam mediados dentro de um sistema mais eficaz.
Claro, quanto mais gente pra dividir o bolo, menos todo mundo recebe. Mas é o preço de você optar que alguém faça algo por você.
Mas, sem dúvida, seria benéfico repensar a indústria do livro de modo a ser menos fragmentado o processo.
Agora, o importante aqui não é exatamente o blockchain. Ele é, claro, mas ele vai ser "só" a tecnologia que torna um contrato inteligente possível e seguro. Esses, sim, os contratos inteligentes, são o ponto vital, porque é a eles que atribuo parte da solução. Uma vez que um contrato inteligente é firmado, com as devidas porcentagens de remuneração de cada um definidas, não se depende mais de terceiros pra receber. Não se precisa cobrar o relatório da editora, não se precisa ficar em dúvida sobre quantos exemplares foram vendidos. A cada venda, que é o gatilho, toda uma cadeia de processos é disparada e, protegido via blockchain, isso é imutável, à prova de fraudes.
continuando kkkkk, desculpe estou pensando:
- tokenizar direitos para terceiros: para editoras e influencers (ou vitrines e livrarias poderiam adquirir tokens tb) ou seja, fracionar direitos de divulgação, publicação...
- isso pode tornar investimentos em propriedade intelectual mais acessíveis
- a web3 pode descentralizar e criar uma conexão direta com o leitor, mas precisa de plataforma especifica e no final do dia cai no lodo da internet, ou seja, a antiga e velha campanha digital.
- controle sobre toda a cadeia produtiva
- pagamento automático de royalties, licenciamento transparente, ok. distribuição descentralizada, ok. controle financeiro e registros... tb ok.
- uma editora poderia vender seus tokens de publicação para outra editora, o mesmo com as vitrines. Isso é bem desruptivo pra mim. mas eu gosto!!
Ok. Eu estou divagando também, tá?! Vamos pensar no que pode dar errado, ou certo... meio que um advogado do diabo para refletir, pensar sobre. Alguns pontos:
- Nenhuma editora trabalha nesse formato, ou elas se adaptam ou surgem novas.
- Adaptar é firmar alguns contratos e ver no que dá
- editoras (e outros intermediarios) possuem custos fixos e não percentuais que podem ser incorporados nos smart contracts na sua totalidade. como equilibrar? elas assumem a despesa fixa e lucra nos percentuais... ganham a cada transação, inclusive revenda de livros usados.
- com o smart contracts como seria a divulgação, a vitrine? se hojve é custo fixo (o influlencer cobra X para resenhar e tchau), num smart contract, voce poderia fixar um pequeno percentual para ele resenhar? tipo 0,001% pela resenha.
- editora e influencers (vitrine, livraria...) recebem percentuais vitalícios, pois estão dentro da cadeia, a cada nova transação.
- No long tail, ou long run, ou a porcentagem decresce a cada nova transação ou o valor de cada livro, usado revendido, fica mais caro.
- o leitor que revender entra nessa cadeia, como um novo elo de transação. E todos os elos anteriores também (editora, autor, livraria...).
- como convencer a livraria a receber no long tail, um percentual e não um valor fixo a curto prazo?
- criar as cifras tem custo. rodar os algoritmos de hash tb. guardar em data center tb.
- como graficas poderia aderir nos smart contracts? sendo que eles tb possuem os custos fixos de papel, manutenção de maquinas.... etc... ir para a impressão sob-demanda? ainda assim...
Enfim, só estou pensando alto aqui.
- os NFTs tb utilizavam blockchain, mas a cada transação ficavam mais caro. Pela unicidade, mesmo em arquivos digitais. A intenção seria outra, baratear e não criar produtos cada vez mais caros.
- se uma vitrine como a amazon (e tantas outras) não operam nesse modelo, como fazer? comercializar? Elas ditam as porcentagens de royalties do KDP e entra se quiser. Elas não iriam mudar, a não ser que existisse um tsunami no sentido contrário.
- ou seja, precisa de uma vitrine própria; uma library só de comercio de livros com blockchain. E não seria então um versão blockchain do que já existe. ou seja, brigar por porcentagens (royalties) mais interessantes para a plataforma?
*
Agora, pensando no que vc falou. Eliminar custos administrativos. numa tentativa de ganha-ganha. diminui custo, diminui risco, aumenta oferta de autores nacionais interessados no modelo de smart contracts.
E como diminuir o problema da editorias (como vc mencionou na frustração gerada pelo modelo editorial e não literário?) que preferem publicar o livro de um roteirista de hollywood porque é mais fácil vender? ou participar de feiras internacionais, trazendo um italiano que vendeu 1M na gringa, que passou por um mercado teste, antes de chegar aqui? Preferindo pagar em euro que investir num autor nacional.
Aí você pegou o espírito, parceiro!
Vamos seguir elaborando. Vou pensar nas coisas que você propôs como perguntas também.
Muito bom!
Rapaz, isso aqui é puro ouro.